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segunda-feira, 16 de maio de 2011

O mal do século


   Há dias gostaria de escrever algo parecido com o que vocês lerão aqui, mas o blog estava em manutenção e não pude conectar. Curiosamente algumas revistas semanais trarão o mesmo assunto em suas capas esta semana. Trata-se da geração preguiçosa da internet e o mal do século (ou a doença da pós-modernidade) a denominada preguiça mental.
   Lanço mão da metalinguagem para falar sobre a internet utilizando a mesma. Em minha opinião, ao ler este artigo, alguma percentagem grande das pessoas não saberão no que consiste a função metalínguistica. Aqueles criados e educados na geração anterior (há 15 ou 20 anos atrás) certamente buscarão a resposta para sanar sua dúvida. Contudo, os da geração atual (a geração wireless e sempre online) por certo deixarão de lado e continuarão normalmente a leitura do texto (isso se sua preguiça os permitir de começar a leitura).
   Criamos crianças e adolescentes burros, preguiçosos e contentes com a mediocridade. Não incentivamos a busca pela excelência. Não há competição. Tudo coopera para amenizar o sofrimento de estudar, trabalhar e conseguir por si próprio seu sustento.
   Poucos vestibulandos objetivam uma faculdade concorrida (em sua maioria federais), pois existem inúmeras outras mais fáceis, menos concorridas, com incentivos de pagamento ou com o patrocínio dos pais. Não enviamos mais cartas, telegramas e os respondemos. No entanto, recebemos dezenas de milhares de emails dos quais não conseguimos ler e responder nem ao menos a metade. A juventude não sabe mais conversar, não tem opinião, não tem voz. Só se comunica pelas mídias sociais ou por mensagens de celular (código quase indecifráveis desprovidos de vogais e recheados de "k", "y" e "w"). Ao menor sinal de problema ou dúvida sobre algo, não buscam a sabedoria dos mais velhos, mas sim o "onisciente" Google. Desconsideram uma existência metafísica no mundo ao seu redor. Vejam:




   Há alguns meses, em uma prova de concurso, tive de escrever uma redação sobre "o advento da internet e como viveríamos sem ela". Certamente o autor da prova esperava um texto elaborado seguindo a diretriz da infalibilidade e da essencialidade da internet. Gostaria de visualizar sua face ao ler a minha prova. Caminhei no sentido exatamente oposto. Argumentei que se a internet não tivesse sido inventada não seríamos piores em nada. Claro, em certos campos do conhecimento não seríamos melhores, mas garanto, piores não estaríamos.
   Se o senhor Gates não tivesse sido iluminado, a humanidade continuaria a transmitir seus conhecimentos como sempre o fez: ATRAVÉS DOS LIVROS, DO DIÁLOGO COM MESTRES, PROFESSORES, PAIS E IDOSOS. O que questiono hoje ao google, sempre questionei ao meu pai e nunca fiquei sem a solução dos meus problemas. Mandaríamos cartas e telegramas como sempre fizeram nossos antepassados. As notícias sempre se propagaram (com menos velocidade, claro) e o destinatário nunca ficou sem sua mensagem. Tínhamos mais paciência e sabíamos esperar. Havia prazer no preparo de um bom assado antes do advento "microondista". A humanidade sobreviveria como sempre o fez durante séculos. Tenho certeza disto!
   Nossos jovens estudariam para enfrentar a concorrência e não temeriam a reprovação. Seriam mais comunicativos e extrovertidos. Buscariam o conhecimento nos locais supracitados. A sociedade não sofreria com falta de privacidade que hoje sofremos. 
   É triste a constatação de tais fatos. Os ganhos são muitos, mas a tecnologia está "emburrando" nossos jovens. Temo muito pela próxima geração. Pretendo injetar doses cavalares de meios "antiquados de conhecimento" em meus filhos como remédio contra essa tal doença, a preguiça mental.

Guilherme Abreu  

2 comentários:

  1. Concordo em gênero,número e grau, adorava escrever e receber cartas; hoje só contas chegam na caixa de correios de casa e no PC emails que não leio por se tratarem de piadas medíocres...ninguém sabe escrever, só sabem teclar "ctrlv e ctrlc",será que é o fim da cultura ?

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  2. Muitíssimo polêmico esse assunto! Eu, por exemplo, me considero um cara que fica praticamente todo o tempo conectado. Mas consigo diferenciar muito essa vida virtual da realidade. Tenho muita consciência de que existe muita coisa além da "Matrix"!

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