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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Calafrios no "Museu do Holocausto"


   Admiro muito aqueles que conseguem cativar nossas mentes e nos fazem sentir emoções através da simples leitura de um texto. Infelizmente não sou um destes. Tentarei apenas compartilhar um pouco daquilo que senti no local acima exposto. Trata-se do Museu do Holocausto localizado em Jerusalém (apenas a parte histórica do mesmo). 
   Fundado em 1.953 (cinco anos após a criação do Estado de Israel), o museu, após inúmeras reformas, é hoje algo admirável e espantoso. Admirável pela sua arquitetura e espantoso pela sua representatividade. Há soldados do exército em todas as partes (inclusive mulheres, pois estas são obrigadas a servir dois anos enquanto os homens três) munidos com armas de cano curto e extrema força destrutiva. Inúmeros turistas de todas as partes do globo se encontram ali e as expressões faciais durante a visita são sempre as mesmas, incredulidade quanto aos atos da natureza humana. 
   Na entrada recebemos uma fone de ouvido conectado via rádio ao microfone do guia local. Talvez por falta de empatia com relação ao mesmo, resolvi deixá-lo à margem durante a minha visita. Preferi observar de forma individual e egoísta tudo o que o "passeio" tinha para me oferecer, com base somente nos meus conhecimentos históricos prévios e da língua inglesa. 
   A jornada começa com um extenso corredor triangular com entradas múltiplas de ambos os lados. Para caminhar o visitante deve seguir em ziguezague e obrigatoriamente observar tudo o que se encontra exposto no lado direito, no lado esquerdo e no centro do corredor. A parte central é iluminada pelo sol e retrata peças de roupas e outros artefatos que são analisados de cima para baixo, pois os objetos encontram-se em câmaras de vidro pelas quais caminhamos ou em cercados protegidos. Já as galerias laterais são escuras e iluminadas com uma luz vermelha atemorizante. Cada uma delas possuem uma representatividade. Retratam campos de concentração com imagens, cartas dos refugiados, vídeos, depoimentos dos sobreviventes, matérias de jornais e objetos pessoais ou da estrutura física das prisões. Detalham ainda nomes, idade, biotipos e outras coisas mais sobre alguns dos 6 milhões de mortos. 




   Após longos minutos de reflexão "admirando" aquelas imagens passamos à uma câmara redonda. Nela encontramos fotos e nomes de vítimas. A emoção de estar ali toma seu corpo e sua mente. A arquitetura do local torna-o ainda mais atemorizante. O pé direito enorme, o que nos dá a impressão de infinidade com relação ao número de vítimas e nossa pequenez diante da situação descrita.



   Por fim, adentramos em uma sala completamente escura. Somente algumas pequenas luzes nos mostram o caminho a seguir. Após nossos olhos conseguirem se aclimatar com o ambiente podemos perceber que trata-se de um enorme labirinto a se percorrido através de apoios laterais. Ao lado de cada pequena luz brilhante disposta verticalmente existe um nome. Cada nome representa uma criança que perdera a vida nos campos de concentração alemães. Ao fundo uma imponente voz feminina narra cada nome e idade de forma pausada. Em tempo, todos os pêlos do corpo parecem se arrepiar. Um calafrio percorre o sistema nervoso e faz  o coração pulsar mais rápido. Honestamente, após alguns segundos meu único desejo era sair do ambiente. 
   Não há como mensurar as proporções de tal genocídio. O que revolta ainda mais é o fato de alguns líderes mundiais (cujos nomes prefiro não citar) afirmarem que isto tudo não ocorreu. O que me consola é que um dia o Rei de toda terra há de fazer justiça. A vingança pertence ao Senhor. 

   Site do Museu: http://www.yadvashem.org/   

Guilherme Abreu

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