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domingo, 19 de dezembro de 2010

Sonho meu...sonho meu!!!


   Deputados e senadores aprovaram recentemente o "reajuste" de 61,8 % (de 16,5 mil para 26,7 mil) de seus proventos, igualando-se ao valor recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. (http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/12/15/camara-aprova-aumento-dos-salarios-dos-parlamentares-349713.asp). Fato curioso e um tanto quanto bizarro para um pais marcado pelo corrupção e descrença na honestidade da referida classe.
   Gostaria de iniciar a exposição das minhas ideias defendendo prima facie os eméritos políticos brasileiros. Sim, DEFENDENDO! A atividade legislativa é de suma importância para a democracia. Esta, não tem preço. Vivemos e gozamos de liberdade devido ao "valor-democracia" que ainda desfrutamos em uma América Latina sem rumo (vide Venezuela e a sua governabilidade via decretos presidenciais). Eleger um indivíduo para nos representar reflete o sangue e o suor derramado de inocentes ao longo das décadas de horrores.
   Além disso, o parlamentar deve sim receber uma verba decente e condizente com seus gastos mensais de transitoriedade e "sobrevivência" em Brasília. Logo, vossas senhorias sustentam dois lares (a despeito da sem vergonhice de alguns que sustentam até três ou mais), um em Brasília e outro em seu Estado Federativo. De fato, custa caro manter assessores, secretárias e outros "seres pensantes" que o auxiliam na produção legislativo. 
   Contudo, arremete-nos um sentimento de fúria e de angústia o fato de os próprios parlamentares serem competentes para definir o valor de sua remuneração. A população que, em sua maioria, se esmera e faz malabarismos dignos de cirque de soleil nos finais de ano para quitar suas dívidas e aproveitar um pouco de seu 13° salário, permanece atônita ante tamanho absurdo. Talvez pelo fato de estarmos justamente no fim de ano e nossas mentes ficarem obcecadas pelas luzes natalinas, ou ainda pelo fato de a votação do reajuste ter ocorrido em tempo recorde, continuamos estáticos.
   Convém ainda lembrar o perigoso "efeito cascata" que virá em seguida. Pois a remuneração dos deputados estaduais está diretamente relacionada ao valor percebido pelos federais ( 75% ) e, ainda, a remuneração dos vereadores condicionada ao teto recebido pelos estaduais. 
   Não há palavras ou signos na língua portuguesa que possam expressar meu desapreço e desgosto ante tal situação. Creio que seja o mesmo sentimento compartilhado pela maioria esmagadora da população. Mas onde está a demonstração de reprovação? 
   Oxalá, pudéssemos reajustar nossos próprios salários. Sonho meu, sonho seu, sonho nosso!
   Acorda. BRASIL!

Guilherme Abreu
   

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