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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Eu, o "Ateío" e o Caos Aéreo

    
   Tive o infortúnio de viajar de avião durante a confusão ocasionada pela greve dos aeroviários e dos aeronautas. Filas e mais filas nos aeroportos e ainda voos cancelados ou atrasados. Viajei de Belo Horizonte à Natal em uma companhia aérea de péssima qualidade mas bons preços (prefiro não revelar nomes). Esta companhia conta com apenas dois guichês para a realização dos check-in’s de seus passageiros e recurso humano de baixa qualidade e treinamento. Fatores como estes apenas agravaram a situação calamitosa de final de ano.
   Passada a lamúria do embarque (em local diverso do combinado), sentei-me na poltrona diversa daquela combinada no ato da compra. Espaços apertados para esse corpanzil de 110 quilos já são comuns, mas pagar por comida durante o voo é algo de extremo mal gosto. Com toda sinceridade que Deus me deu, coisas como estas não me chateiam, especialmente quando estamos de folga. Entretanto, outro fator “intra-voo” mexeu com meus brios.
   Sentei-me ao lado de um indivíduo de aparência visivelmente estrangeira. Alto, loiro e de olhos claros, Óliver era alemão e neozelandês. Engenheiro de petróleo (como se auto-denominou), casou-se com uma brasileira e reside no Brasil há alguns anos. Trabalha meses a fio em locais distantes no globo em troca de altos valores de dinheiro. Tínhamos gostos em comum como rúgby e futebol americano. Conversamos em português e inglês. Discutimos sobre história, geografia, economia e política. Mas foi sobre religião que meus nervos se atiçaram.
   Óliver era extremamente contrário às práticas mulçumanas. Irritava-se ao citar o mês do Ramadã (pois conhecera bem ao trabalhar meses no Iêmen) e o radicalismo dos islamitas. Certa feita ele presenciara o assassinato de um amigo em seu local de trabalho por um xiita de Alá. Não se conformava e não se contia em suas críticas. Concordei com algumas e rejeitei outras.
   Depois disso, afirmou ser “ateio” (seu português ainda falho denunciava sua emigração). “Sou ateio, mas não sou bobo. Acho que pior fazem os ‘cristianos’. Quanta imbecilidade acreditar em um deus que morreu e ressuscitou. E por quê? Atoa? Como pode um deus criar esse mundo todo e entregar seu filho pra morrer por alguém? Não dá pra acreditar”!
   Como afirmei supra, aquilo me incendiou. Política afeta minha moral e situação financeira, mas por um curto ou médio espaço de tempo. Esportes nos trazem emoções fulgazes. Sistemas econômicos influenciam países por décadas, mas mostram falhos e falíveis. Contudo, religião (em sentido lato) transtorna minha essência. Afeta-me por um prazo infinito de tempo (atemporal por assim dizer).
   De fato, minha mente humana não consegue abarcar como meu Deus criou esse mundo. Nem tampouco como ele “agüentou” tanta imundície por parte do ser humano por Ele criado a partir do barro. Mas também é fato que Ele amou esse mundo (e essa criatura) de tal maneira que, sim, entregou Seu Filho (único e parte Dele mesmo) para que morresse em nosso lugar.
   A dicotomia da expiação dos pecados já citei (e tentei explicar) em outro artigo aqui publicado (A Mensagem da Cruz). Defendi minha fé ante os obstáculos. Busquei seguir os ensinamentos de Pedro ao ordenar:  “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (II Tm. 2:15)”. Não me conformo com este século e nem tampouco com tamanha afronta. Entretanto, a transformação mental somente o Espírito Santo pode fazer, não por força ou violência.
   Deixo ainda o alento divino encontrado em Salmo 73:
   1- Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo.

   2- Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos.
   3- Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos.
   4- Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio.
   5- Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens.
   6- Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto.
   7- Os olhos saltam-lhes da gordura; do coração brotam-lhes fantasias.
   8- Motejam e falam maliciosamente; da opressão falam com altivez.
   9- Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra.
   10- Por isso, o seu povo se volta para eles e os tem por fonte de que bebe a largos sorvos.
   11- E diz: Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?
   12- Eis que são estes os ímpios; e, sempre tranqüilos, aumentam suas riquezas.
   13- Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência.
   14- Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado.
   15- Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos.
   16- Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; 
   17- até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles.
   18- Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição.
   19- Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror!
   20- Como ao sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, ao despertares, desprezarás a imagem deles.
   21- Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram,
   22- eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à tua presença.
   23- Todavia, estou sempre contigo, tu me seguras pela minha mão direita.
   24- Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória.
   26- Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.
   27- Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo.
   28- Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos.

   Desejo a todos um bom ano vindouro!
         
Guilherme Abreu

Um comentário:

  1. Pois é, além de ter que tolerar atraso de mais de uma hora para embarcar e depois de entrar no avião esperar mais meia hora para decolar sem saber o por quê ...todos pedindo água,travesseiros, querendo saber o porque da demora...aff,que canseira, será que viajar de carro ainda é melhor?
    Peguei no sono e só acordei com o comandante dizendo a palavra mágica : café da manhã !! Ôba!

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