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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Inversão de Valores na Sociedade Pós-Moderna



    O ser humano, desde sua origem (independente da crença de como tal origem se deu) jamais experimentou tantos avanços tecnológicos. Isto, obviamente, constitui uma linha lógico-evolutiva (apesar de alguns avanços representarem a destruição de outros seres humanos). O aumento da velocidade das informações impressiona a cada dia. O mundo estreitou-se e reduziu suas fronteiras.
   Contudo, a mesma tecnologia que nos aproxima, antagonicamente, nos afasta. O serviço antes realizado ao vivo não mais é necessário com o desenvolvimento de máquinas modernas. Não há mais diálogo em nosso cotidiano, mas sim pseudo-interações dialógicas virtuais fundamentadas na ausência de vogais e resumidas ao extremo. Não há muito espaço para o papel e o prazer na leitura de um bom texto, este se tornou obsoleto. A juventude desconhece um telegrama ou carta, ou ainda um vendedor ambulante de livros. Não se dá ao trabalho de pesquisar em uma enciclopédia com “n” volumes, mas lança mão do prático Google. O indivíduo se liga ao mundo mesmo preso em seu quarto isoladamente.
   Neste contexto, as relações sociais também se relativizaram e moldaram suas facetas de acordo com tal “evolução”. A mídia (escrita, virtual e televisiva) constrói imagens distorcidas da realidade e daquilo que projetava há anos atrás como ideal em nossa sociedade. A publicidade reflete tais mudanças, como por exemplo, podemos citar as propagandas de dois automóveis apresentadas na TV. Em uma delas a filha simplesmente aproveita da potência e do silêncio do motor do carro para fugir de casa contra a vontade do pai e depois voltar sorrateiramente sem que este perceba. Em outra, o indivíduo demonstra sua futilidade ao dizer que jamais faria algo e, posteriormente, realiza a atitude por ele antes refutada, e por fim, o mesmo indivíduo afirma que jamais seria infiel à sua esposa, deixando claro sua postura quanto ao casamento. Um motel em Belo Horizonte utiliza de recursos visuais inocentes (animais em poses simpáticas aliados a mensagens eróticas persuasivas) e, até certo ponto juvenis, para atrair seus clientes.
   Estes, dentro outros, são exemplos da distorção inversiva sofrida pelos valores na denominada pós-modernidade. O casamento (que deixou de ser um instituto sacrossanto para se tornar um contrato frio e formal entre duas pessoas), a família, a fidelidade, o respeito às autoridades e às regras e a honra são institutos e princípios esquecidos por aqueles que formam opiniões. Nesta lacuna gostaria de citar, excepcionalmente, a Rede Globo e seus programas e novelas (recomendo o documentário - “Muito Além de um Cidadão Kane” - produzido por uma TV da Inglaterra).
   Há que se repensar como estamos criando nossa geração futura. Os reflexos são visíveis desde já. Não é necessário esperar anos para notar que crianças, adolescentes e jovens encontram-se perdidos. A sensação de impunidade, carpe diem e imortalidade perpetuam no seio de nossa sociedade. Estamos plantando sementes nefastas e vivendo na crença de que os frutos serão benevolentes.
   É necessário mostrar a valia da palavra de um homem e seu trabalho. Que a vida humana tem muito valor. Demonstrar que constituir uma família e ter responsabilidades ainda são a base de toda nossa sociedade. Cumpre ao Estado e à sociedade provar que toda atitude tem sim uma consequência.
Guilherme Abreu

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